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Mecânica Respiratória

O processo de fornecer O2 aos músculos ativos deve começar primeiro com a entrada de ar nos pulmões. As mudanças na pressão intrapulmonar dão origem a esse movimento do ar. Especificamente, as variações no tamanho ou volume da caixa torácica em virtude da contração e do relaxamento dos músculos respiratórios resultam em modificações na pressão intrapulmonar. O sistema respiratório, embora fundamentalmente representado pelos pulmões, está intimamente relacionado a órgãos diversos, que não contribuem de forma essencialmente direta para a permuta gasosa.

O movimento da caixa torácica depende dos músculos respiratórios (ventilatórios). Esses músculos incluem o diafragma e os músculos intercostais. Os pulmões contribuem apenas passivamente para os movimentos da respiração, pois não contem músculos respiratórios. Os pulmões são envoltos por pleuras: visceral – que envolve o pulmão – e parietal, entre as quais há líquido pleural. A pressão pleural tem valor em torno de – 4mmHg. O pulmão é um órgão passivo na respiração, ou seja, não exerce força contrátil por si mesmo.

O sistema muscular compreende o diafragma, intercostais externos, escalenos, serráteis anteriores e esternocleidomastoideos, enquanto musculatura inspiratória. Os intercostais internos e os abdominais são fundamentais para a expiração contra resistência ou acelerada.

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Inspiração

O diafragma é um músculo disposto em abóbada dupla, com uma perfuração central por onde passa o plexo vasculonervoso para a região inferior do corpo; é o principal músculo da inspiração. A contração do diafragma contribui em até ¾ do ar total que inalamos com cada incursão respiratória. Os pulmões são inflados e esvaziados basicamente devido aos movimentos do diafragma, que alteram a dimensão céfalo-caudal da caixa torácica; este músculo atua como o principal motor primário da inspiração, sendo o único ativado em situação de repouso. Outro mecanismo importante para a expansão pulmonar é a elevação do gradil costal; este movimento é gerado graças à contração dos intercostais externos, esternocleidomastoideos e outros músculos menos importantes.

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Expiração

O simples relaxamento da musculatura inspiratória é suficiente para viabilizar a expiração e a retração elástica dos tecidos pulmonares, da caixa torácica e das estruturas abdominais, retornando à posição inicial. Em condições em que a demanda ventilatória é maior, no entanto, a contração da musculatura dita expiratória é necessária para a produção do ritmo e intensidade requeridos para a oferta adequada de gases respiratórios, além da remoção dos gases expelidos durante o metabolismo tecidual. Durante o exercício em geral, a expiração é ativa, sendo facilitada pelas contrações dos músculos expiratórios, principalmente os músculos transverso e reto abdominal. A contração desses músculos eleva a pressão dentro do abdome por reduzir seu diâmetro ântero-posterior e deprimir as costelas inferiores. Esses movimentos forçam o diafragma para cima e para dentro da cavidade torácica. Quando \ativos, fazem descer as costelas, aproximando umas das outras. Todas essas ações ajudam a diminuir o tamanho do tórax, facilitando assim, o ato da expiração.

Respiração no momento de inspiração, expiração e repouso:

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Fontes extras:

Foss, M. L.; Keteyian, S. J. Bases Fisiológicas do Exercício e do Esporte. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000, 560 p.